Detentos em regime semiaberto da Penitenciária de Foz do Iguaçu ganharam a oportunidade trabalhar na construção de casas de programas habitacionais na cidade. A iniciativa começou em dezembro do ano passado e tem sido bem recebida pelas construtoras e pelos próprios presidiários.
Atualmente 15 presos trabalham nos canteiros de obras em funções variadas, e a direção da Penitenciária já elaborou uma lista de mais 29 pessoas que poderão realizar serviços externos.
“Os detentos, que logo vão para o regime aberto, estão tendo a oportunidade de se profissionalizar. Além disso, o convênio permite a inclusão social”, afirma o diretor-superintendente do Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu, engenheiro José Carlessi.
De acordo com o diretor, nunca foi registrado qualquer incidente com os detentos, que recebem 75% do salário mínimo nacional, alimentação e transporte.
Carlessi explica ainda que “as residências são erguidas em sistema de autogestão, ou seja, quando a família beneficiada contrata a mão de obra para o serviço. Muitas contratam construtoras ou contam com o apoio dos detentos”.
Uma das exigências para que os presos possam trabalhar neste sistema é que eles já tenham recebido pelo menos uma vez o direito de sair da cadeia para visitar a família e voltado dentro do prazo estipulado pela Justiça, prática conhecida como “portaria”. Aqueles que se evadirem do serviço podem ser condenados a voltar para o regime fechado, em que não podem sair da penitenciária. No regime semiaberto eles têm autorização para sair durante o dia para estudar ou trabalhar, desde que retornem para dormir.
O desempenho dos presos é acompanhado por assistentes sociais, que auxiliam com documentação, contato com a família e ajuda para providenciar outras necessidades, como roupas e calçados.