Projeto Respirando Amor doa máscaras para grupo de risco: "Ajudar o próximo é privilégio para poucos"

por Fernanda Xavier
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 30 mar 2020, às 00h00.

Em um condomínio de prédios de Curitiba um grupo de 24 vizinhas, resolveu se unir para praticar voluntariado. Dentre alguns projetos realizados, surgiu o “Respirando Amor”, com com o intuito de ajudar pessoas que têm câncer. As voluntárias produzem e doam máscaras personalizadas, para pessoas com baixa imunidade.

Mas, em época de coronavírus, o grupo viu uma oportunidade de expandir o alcance de solidariedade: passou a doar as máscaras também para as pessoas que fazem parte do grupo de risco.

Sylvia Kuhlmann Souza, é a fundadora do grupo de voluntariado do prédio e do projeto “Respirando Amor” e relata que nunca pensou que algum dia o cenário de hoje poderia existir.

“Diante dos acontecimentos entendemos que devemos priorizar ainda mais a confecção das máscaras para ajudarmos o próximo, não impontando que é”, conta a fundadora

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Projeto curitibano Respirando Amor (Foto: Divulgação)

Máscaras são produzidas manualmente e com tecidos personalizados

As máscaras, são feitas manualmente pelo grupo e podem ser esterilizadas para serem usadas novamente. Elas são produzidas com tecidos bem coloridos e alegres, além de costuradas com muito carinho e dedicação.

Sylvia conta que as máscaras são produzidas sem mão de obra terceirizada e que por causa da necessidade do isolamento domiciliar, não estão mais se encontrando no Ateliê de trabalho. Mas, isso não parou o projeto, a produção continua cada uma em sua casa.

O produto é feito com o tecido tricoline e possuí seis tamanhos diferentes, visando atender a todos que precisam:

  • 1: bebê a 1 ano;
  • 2: 1 ano a 3 anos;
  • 3: 3 anos a 6 anos;
  • 4: 7 anos a 12 anos;
  • 5: 13 a 18 anos;
  • 6: adulto grande

As doações são feitas fixadamente para os hospitais Erasto Gaertner, Universitário Evangélico Mackenzie e para a Instituição Humsol. Porém, com a pandemia mundial, além desses locais o projeto está doando para quem precisa, independente da situação financeira da pessoa.

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Projeto curitibano Respirando Amor (Foto: Divulgação)

Mãe de fundadora foi inspiração para criação do projeto

Sylvia conta que sua inspiração foi sua mãe. Tudo começou quando ela ficou grávida e precisou se afastar do emprego. Então, decidiu abrir seu próprio negócio, conseguindo administrar melhor o tempo. Assim, conciliava o trabalho e atividades de voluntariado uma vez por semana, mas não achava que era o suficiente. Ela queria ir além.

“Eu aprendi a importância de se dedicar ao próximo com a minha mãe. Nesse tempo ela ficou doente, teve câncer. E eu queria fazer algo relacionado a essa doença. E então, em um sábado vi a Ana Furtado na televisão, ela teve câncer e estava usando uma máscara colorida. Essa doença é muito fria e as cores deram um tom”, relata Sylvia

Depois desse episódio, viu que era isso que ela gostaria de fazer: produzir máscaras coloridas para pessoas com câncer ou que tenham baixa imunidade.

Com a ajuda de amigas próximas, ela deu início ao projeto. No começo o grupo arcava com as despesas, mas com o tempo o custo foi ficando mais alto e foi preciso recorrer a um auxílio. 

Ela relembra que contava com ajudas específicas que acabaram fechando as portas para a ação, mas ressalta que sempre teve em mente que “quando você trabalha com o bem, não tem o que dar errado”. E assim aconteceu. O projeto foi aceito pelos hospitais Erasto Gaertner e Evangélico. Sem parar por aí, o Instituto Humsol convidou o grupo para oferecer máscaras para eles.  

Em menos de um ano, o sucesso veio: o projeto conseguiu produzir e doar mais de 6 mil máscaras. A fundadora conta que hoje as pessoas que vão até eles

“É um projeto que eu tenho o maior carinho, o maior amor. A minha mãe acabou falecendo com o câncer. É nesse momento que vemos que tudo é nada! O que realmente importa são as pessoas, as amizades. É um sofrimento que é necessário parar, pensar e se reinventar. Eu precisava fazer mais isso, enfrentar essa dor com amor. é isso que a gente faz”

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Projeto curitibano Respirando Amor (Foto: Divulgação)

Projeto precisa de ajuda para se manter

Os gastos são com a produção, os materiais. Por isso, o grupo sobrevive de doações de tecido e também da venda de kits de panos de prato. Todo o dinheiro arrecadado é convertido para o projeto.

Quer ajudar o projeto ou pedir uma máscara? Entre em contato com o “Respirando Amor” pela página do Instagram: @projeto_respirando_amor.

A fundadora Sylvia, ressalta que ajudar o próximo é privilégio para poucos e que deve ser realizado com muita seriedade e comprometimento