Redução de juros em financiamentos deve estimular energias renováveis no campo

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por Mauro Picini
Publicado em 11 fev 2022, às 10h46.

O emprego de fontes renováveis de energia em propriedades rurais do Paraná deve ganhar novo impulso com a redução de juros para o financiamento de projetos de autogeração. Por meio do programa Renova Paraná, os produtores poderão abater até 5% dos juros do financiamento para a instalação de geradores de energia solar fotovoltaica, eólica ou biogás.

A inciativa do governo do Paraná conta com a parceria do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), com sede no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), e tem o objetivo de promover o aproveitamento dessas fontes no campo. A novidade foi anunciada nesta quinta-feira (10), no Show Rural Coopavel, em Cascavel.

Na solenidade de assinatura do contrato com o Banco do Brasil, o secretário de estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a importância da iniciativa para viabilizar a autogeração de energia, que amplia a competitividade dos produtores e, no caso do biogás, ainda tem a vantagem de reduzir passivos ambientais.

O diretor de Coordenação da Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell, também participou da solenidade, em que reafirmou o compromisso da empresa com a promoção de tecnologias sustentáveis, que beneficiam toda a região Oeste do Paraná.

Segundo o diretor-presidente do CIBiogás, Rafael González, o programa não se restringe a apenas um banco. Depois de obter o financiamento, o agricultor pode buscar o apoio do programa Renova Paraná, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), e obter a redução no pagamento de juros, que pode chegar até a R$ 1,5 milhão em projetos de biogás e a R$ 500 mil na instalação de placas fotovoltaicas.

O presidente da Coopavel e diretor do Show Rural, Dilvo Groli, também destacou a importância da autogeração de energia nas propriedades rurais, uma vez que a eletricidade representa um importante custo na produção agropecuária. Ele citou o exemplo do próprio espaço do evento, em que estão instaladas 464 placas solares desde 2015. Com isso, o espaço é autossuficiente em energia durante todo o ano (com exceção dos dias do evento).

O coordenador do Renova Paraná, Herlon de Almeida, enfatizou que, além da redução nos custos de produção e redução de passivos ambientais, os produtores que aderem à autogeração ainda podem obter créditos junto à concessionária de energia (no caso, a Copel) com a carga que fornecem à rede pública a partir de seu excedente de produção. E, com o biogás, também podem ter autossuficiência na mobilidade, com o uso do biometano para mover um trator, por exemplo. O estande inclusive apresenta o primeiro modelo do gênero no país, fabricado pela New Holland. Outra novidade é uma turbina eólica fabricada inteiramente no Paraná, pela Hotek, de São José dos Pinhais.

Agenda

Além do lançamento da nova modalidade de financiamento pelo programa Renova Bio, a agenda da Itaipu no Show Rural nesta quinta-feira incluiu a inauguração do Espaço Impulso e o lançamento do Programa Transforma Agro, ambas iniciativas do Parque Tecnológico Itaipu. O primeiro é um laboratório vivo (Living Lab) de inovação para o agronegócio, onde as startups e empresas poderão testar e validar novas tecnologias e modelos de negócios, ampliar networking e interagir com o mercado – resolvendo demandas reais.

Já o Transforma Agro é um programa de aceleração de startups voltado ao desenvolvimento de soluções inovadoras e disruptivas, que tem como objetivo promover a transformação digital do agronegócio na região Oeste do Paraná, consolidando-a como uma das mais produtivas e tecnológicas do Brasil.

A Itaipu segue no Show Rural com seu estande (em que está recebendo uma média de mil visitantes por dia), apresentando diversas iniciativas como educação ambiental, gestão territorial sustentável, reciclagem de resíduos, entre outras; e também na Vitrine Tecnológica de Agroecologia, em que apresenta diversas técnicas para o cultivo de alimentos saudáveis, incluindo plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais (Pancs).