O futebol nas principais ligas da Europa está sendo retomado aos poucos desde meados de maio – a Alemanha foi a primeira, seguida recentemente por Espanha, Itália e Inglaterra – e nesta quinta-feira, no Brasil, será a vez do Campeonato Carioca voltar a ser disputado. Ronaldo Fenômeno, atual dono do Valladolid, clube da elite espanhola, e ex-jogador de clubes europeus e brasileiros, elogiou nesta quinta-feira a forma como as coisas foram feitas no Velho Continente, mas criticou o retorno do Estadual do Rio de Janeiro em meio à pandemia do novo coronavírus.
“Eu sou contra a volta do futebol carioca, do futebol brasileiro na situação em que se encontra o país neste momento. Acho que o Brasil está pegando os exemplos de outros países, da Europa, e não está levando em consideração a pandemia em si. Aqui, só voltou o campeonato quando a gente tinha total segurança nas cidades e os números de contágio baixaram muito. O Brasil ainda está no pico e já está pensando em voltar aos campeonatos e acho que é um erro”, afirmou Ronaldo, em entrevista coletiva por videoconferência com mais de 50 jornalistas.
O ex-atacante aprovou o formato escolhido pela Uefa para concluir a atual edição da Liga dos Campeões da Europa com jogos únicos a partir das quartas de final, em agosto, em Lisboa. E não acredita que haja times prejudicados por terem voltado aos treinamentos depois ou que não estejam jogando partidas – como Paris Saint-Germain e Lyon, já que a temporada na França foi encerrada após decisão do governo.
“Não acho que haverá prejudicados em nenhum caso, acho que todos terão tempo para treinar. Os da liga espanhola estão jogando e também terão tempo, até quem não está jogando as ligas nacionais também. Vai ganhar quem for melhor em campo. Há sempre as duas perspectivas”, disse Ronaldo, que lembrou que boa parte dos títulos importantes que conquistou vieram do formato de mata-mata, incluindo a Copa do Mundo com a seleção brasileira em 2002.
“Estávamos ameaçados com a chance de não terminar, ter um ano sem campeão. Imagina… Teremos esse formato com bastante emoção, os times não terão uma segunda chance. Ganhará quem arrisque mais, quem tente mais, e ao fim vamos ter um campeão justo”, opinou.
Ronaldo revelou ainda como tem passado na Espanha o período de isolamento e brincou que teria problemas com a balança se ainda estivesse atuando. “Estive mal, estivemos todos mal, como pudemos. Fiquei um mês em casa, depois, 40 dias em Valladolid em uma casa maior, com meus filhos, mas ainda mal. Não poder sair, ter a vida normal, não agrada ninguém. (Se ainda jogasse) Também teria ficado mal e engordado cinco ou seis quilos, certamente. Ficaria mal para voltar à forma”, finalizou.