O trabalho de recuperação do Cine Teatro Ouro Verde, que pegou fogo no ultimo dia 12, em Londrina, será acompanhado pela equipe técnica da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), proprietária do espaço. A orientação foi repassada pelo secretário da Cultura, Paulino Viapiana, que visitou o local logo após o ocorrido, em companhia do secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, a pedido do governador Beto Richa.
“Como o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, já entramos em contato com a reitora da UEL recomendando medidas de cautela para minimizar as perdas ou um possível arruinamento do que restou”, explica Rosina Parchen, coordenadora de Patrimônio Cultural da SEEC, que visitará o espaço na próxima segunda-feira (27).
Uma dessas medidas é a retirada minuciosa dos escombros, principalmente do teto, evitando que paredes ou outras estruturas que ainda se mantêm em condições aceitáveis de estabilidade caiam. Segundo Rosina, esse trabalho já está sendo feito por uma empresa especializada, contratada pela UEL, e acompanhada por engenheiros e arquitetos da universidade. “Os escombros devem ser armazenados em local apropriado, para posterior análise e eventual reaproveitamento e/ou subsídio ao processo de restauração e esse cuidado já está sendo tomado”, diz ela.
Além do acompanhamento da Secretaria da Cultura, técnicos do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também irão vistoriar as obras, já que o Cine Teatro Ouro Verde está em processo de tombamento pelo Governo Federal, por meio do Instituto.
Como o edifício passou por restauro há algum tempo, os projetos completos utilizados na ocasião estão arquivados na Coordenação de Patrimônio Cultural e podem ser usados para a reconstrução do teatro. Com base nesse plano, feito pelo professor da UEL e membro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, Humberto Yamaki, será possível reconstituir a volumetria e os espaços internos.
Um dos aspectos considerados para o tombamento foi a arquitetura projetada por Vilanova Artigas. “A obra é moderna, assim os materiais de acabamento ainda podem ser encontrados, o que facilita a recomposição do prédio conforme se apresentava originalmente”, destaca Rosina.
Apesar do incidente, paredes e estrutura física do teatro permaneceram intactas, bem como grande parte da história, como documentos, partituras e instrumentos musicais, inclusive os três pianos.