Taxista é assassinado após ser chamado para corrida em Alto Piquiri, no interior do Paraná

Um taxista foi assassinado com 12 golpes de faca depois que saiu para atender uma corrida em Alto Piquiri, no noroeste do Paraná, na noite da última quarta-feira (14). 

O corpo de Osvaldo Borges foi encontrado em uma estrada rural entre municípios de Iporã e Pérola, na mesma região do estado, apenas na tarde de sábado (16), depois que o suspeito de cometer o crime apontou o local. 

Osvaldinho do táxi, como era conhecida a vítima, trabalhava como taxista há cerca de 37 anos.

Desaparecimento do taxista 

O taxista desapareceu após ser contratado para fazer uma corrida entre Alto Piquiri e Perobal, cerca de 25 Km de distância. “Eu sei que ele saiu 9h da noite para fazer uma corrida até Perobal e nesse intervalo não voltou mais para casa. Aí a esposa do meu sogro deu conta que ele não voltava, 1h da manhã, e ligou em casa desesperada. Nós saímos perguntando, fomos na polícia, até fizemos diligência, eu e meu cunhado, andando na rodovia, pensando que o carro podia estar quebrado e até agora ele não voltou mais cara”, contou o genro da vítima ao Umuarama News. 

O veículo da vítima foi encontrado antes do corpo. (Foto: Reprodução/Umuarama News)

Ainda segundo o familiar, a mesma pessoa que contratou Osvaldo para a corrida, teria ligado antes para outro taxista que dispensou o serviço. “Um taxista da cidade disse que ele [suspeito] tinha ligado pra ele 20h37 e o taxista não quis fazer a viagem”. 

Na sexta-feira (15), por volta das 13h, a Polícia Militar foi acionada porque o veículo do taxista foi localizado abandonado atrás de uma residência vazia em Umuarama. 

Suspeitos se apresentam na delegacia 

Já na manhã de sábado (16), dois jovens, um de 18 e outro de 19 anos, se apresentaram na delegacia de Alto Piriqui porque eram apontados por moradores do pequeno município como autores do crime. Eles chegaram a negar a participação do desaparecimento do taxista, mas, por fim, o rapaz de 18 anos acabou confessando que matou o motorista, enquanto seu colega confirmou que estava junto, mas declarou que não ajudou no momento do assassinato. 

Segundo o delegado Adailton Ribeiro Junior, os suspeitos confessaram o crime depois que apresentaram inúmeras contradições em seus depoimentos. “Assumiram a autoria do homicídio, disseram que não foi um latrocínio, que não queriam efetuar nenhum tipo de roubo contra essa vítima. Desde o primeiro momento, eles queriam efetuar um homicídio contra essa pessoa. Informaram que de fato contrataram o serviço de táxi como uma desculpa, sentido Perobal, e no meio do caminho tomaram a direção do veículo, foram até a cidade Iporã e lá cometeram o homicídio. Após isso, furtaram esse veículo da vítima e informaram que revenderam por aproximadamente R$ 1 mil na cidade de Umuarama”, disse.

Latrocínio ou crime premeditado 

O delegado explicou que embora o assassino confesso do taxista tenha negado o latrocínio e insistido que cometeu o crime por outra razão, as informações repassadas por ele serão apuradas. “Essa motivação está sendo apurada, até porque, a princípio, os autores alegam motivos pessoais, motivos pretéritos, que não era do conhecimento de ninguém. Então, antes de divulgar a gente está tendo o cuidado de averiguar minimamente se faz algum sentido ou não ou se é apenas uma desculpa deles pro cometimento desse crime”, disse Adailton. 

O corpo de Osvaldinho do táxi estava em uma estrada rural. (Foto: Reprodução/Umuarama News)

Ainda conforme o delegado, uma informação crucial que ajudará no esclarecimento da morte do taxista, é a confirmação de que os suspeitos tentaram contratar outro motorista antes de Osvaldo. No entanto, até o momento, ele não foi ouvido. “A gente ainda não conseguiu confirmar, não conseguimos ouvir esse outro taxista pra confirmar se de fato, o autor tentou contratar ele antes da vítima ou não. Mas é uma informação essencial porque a partir do momento que confirmar que ele tentou contratar esse outro taxista, acaba caindo em contradição a versão apresentada pelo autor de que ele premeditou a morte dessa pessoa específica”, explicou. 

Familiares informaram que o dinheiro dos lucros do taxista, que ele costumava esconder em um bolsa dentro do porta-malas do veículo, não foi localizado. Os jovens suspeitos negaram que o dinheiro foi roubado por eles. 

Terceiro envolvido no crime

Além dos dois rapazes que se apresentaram à polícia, um terceiro jovem também estaria no táxi no momento do crime. Ele ainda não foi ouvido pela polícia. “Eles informaram que teria uma terceira pessoa dentro do veículo, também afirmaram que essa terceira pessoa não teve nenhuma participação no crime, era apenas amigo que estava bebendo junto com eles. Foi junto na viagem e ficou surpreso a partir do momento que decidiram cometer o crime, mas isso também vai ser melhor apurado”, completou o delegado. 

Para finalizar, o delegado explicou que o assassino confesso do taxista não possuía nenhuma passagem pela polícia, trabalhava e estudava até o cometimento do homicídio. “É uma surpresa pra toda a população aqui da cidade porque até então era um rapaz que estudava, trabalhava, não tem nenhum tipo de passagem, de envolvimento com a criminalidade. Após o cometimento do crime, após a suspeitas recaírem nele, chegou a informação de que recentemente ele teria começado a usar drogas”, finalizou.

Os dois jovens foram ouvidos e liberados após prestarem depoimento porque não existia um mandado de prisão contra eles. No entanto, eles poderão ser presos a qualquer momento, assim que a Justiça aceitar o pedido de prisão temporária solicitado pela Polícia Civil.

*Este conteúdo foi elaborado a partir de uma matéria publicada originalmente no site Umuarama News