"Todo mundo vai ter contato com o vírus”, diz secretário-executivo do Ministério da Saúde

por Redação RIC.com.br
Editado por Lucas Sarzi
Publicado em 5 abr 2020, às 00h00. Atualizado em: 1 jul 2020 às 14h49.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, em Brasília, que é provável que o novo coronavírus alcance toda a população. O contágio não quer dizer, no entanto, que todas essas pessoas desenvolverão os sintomas da doença.

Conforme histórico da disseminação da doença, já observado em outros países, 86% das pessoas que entraram em contato com o novo coronavírus não apresentaram nenhum problema de saúde decorrente. Os 14% restantes tiveram que procurar hospitais, desses alguns foram internados, alguns em unidades de terapia intensiva, e uma fração veio a óbito. A atual taxa no Brasil é de 4,2% dos casos notificados.

Preocupações

Todo mundo vai ter contato com o vírus. O que a gente precisa é ter tempo”, disse Gabbardo se referindo à necessidade de ampliação de atendimento, preparação de mais leitos e equipamento de mais unidades com respiradores artificiais. Preocupa o secretário-executivo riscos de sobreposição da covid-19 com eventual aumento de gripe por influenza (H1N1) comum no inverno brasileiro. O país já iniciou a campanha nacional de vacinação anual contra a gripe.

Segundo o secretário-executivo, como ocorre em outras doenças, o organismo de muitas pessoas que venham a entrar em contato com vírus reagirá produzindo a autoimunidade, o que no futuro, junto com tratamentos e uma vacina a ser desenvolvida, favorecerá a não mais disseminação massiva da doença como ocorre atualmente no Brasil e em outros países. “O fluxo de transmissão começa a diminuir quando já tiver 50% [da população] imunizada”, explicou Gabbardo.

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Boletim atualizado

De acordo com o Ministério da Saúde, 11.130 pessoas se infectaram com o novo coronavírus no Brasil até este domingo (5). O número de pessoas mortas por causa da covid-19 já totaliza 486 óbitos.

Em apenas 24 horas, foram registrados 852 novos casos, um crescimento de 8,2%. 54 pessoas morreram. Apenas Acre e Tocantins seguem sem registros de óbitos até o momento. O país ocupa a 16º lugar em casos da doença, o 14º lugar em óbitos e o 8º lugar em letalidade.