Nem deixou o complexo penitenciário em Bang e seguiu para o aeroporto Santos Dumont.
O traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, desembarcou por volta de 13h25 deste sábado (19) no Aeroporto Internacional de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Assim como na saída do Rio de Janeiro, foi montado um forte de esquema de segurança para levá-lo ao Presídio Federal de Campo Grande. Cerca de 12 homens fortemente armados o aguardavam na pista de pouso. A PF (Polícia Federal) reforçou o esquema de segurança no aeroporto, com cinco veículos e vários agentes.
Nem deixou o complexo penitenciário em Bangu, zona oeste do Rio, por volta de 6h15, com outros dois criminosos, e seguiu para o aeroporto Santos Dumont, na região central da cidade.
No aeroporto do Rio, um avião de pequeno porte cercado por homens fortemente armados esperava o traficante. Nem e os outros dois criminosos entraram algemados no avião pouco antes das 8h e a aeronave decolou por volta das 8h30 rumo a Campo Grande. Participaram da operação 40 agentes e 11 viaturas.
O traficante foi preso na Lagoa (zona sul), quando fugia da Rocinha, favela que chefiava, ocupada dias depois por forças de segurança.
No Presídio Federal de Campo Grande, que já abrigou Fernandinho Beira-Mar, chefe da maior facção criminosa do Rio, Nem irá permanecer em uma área isolada, conhecida como triagem, por ao menos 20 dias, conforme informou o diretor da unidade, Washington Clark.
De acordo com o diretor do presídio de segurança máxima, o tratamento que será oferecido a Nem é o mesmo dispensado aos demais detentos que estão na unidade, uma das quatro mantidas pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional) no país.
Atualmente, há 113 presos na unidade de Campo Grande, todos ocupando individualmente uma das 208 celas, de 7 m² cada. As unidades são monitoradas 24 horas por câmeras que transmitem informações para duas centrais – uma na própria unidade e outra na sede do Depen, em Brasília.
- Pedido de transferência
O pedido de transferência de Nem foi feito pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e autorizado pela Justiça Federal nesta sexta-feira (18). Para a presidência do TJ-RJ, Nem não poderia permanecer no Estado, onde chefia uma organização criminosa.
O traficante Fernandinho Beira-Mar também já cumpriu pena no Presídio Federal de Campo Grande. Ele ficou três anos detido no local e foi transferido no dia 18 de dezembro de 2010 para a penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná. Em 8 de fevereiro deste ano, Beira-Mar foi novamente transferido, desta vez para a unidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.