A Justiça deve homologar já na próxima semana os primeiros acordos extrajudiciais firmados pela Vale diretamente com atingidos e familiares de vítimas que morreram em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho. Os valores são mantidos sob sigilo.

Acordos da Vale com vítimas e familiares de tragédia

Os acordos foram embasados em um Termo de Compromisso assinado em 5 de abril pela mineradora e a DPMG (Defensoria Pública de Minas Gerais), que têm gerado críticas por integrantes da força-tarefa que investiga as causas da tragédia.

A Defensoria não confirma um número exato mas, segundo o defensor público Felipe Soledade, dezenas de pessoas já deram início ao processo de negociação com a empresa e devem receber as indenizações em até cinco dias após a homologação do acordo.

São pessoas que perderam suas terras na região ou que tiveram parentes mortos na tragédia.

A unidade da Defensoria Pública montada em Brumadinho recebe, em média, 50 pessoas por dia que buscam informações sobre a possibilidade de acordo extrajudicial.

O temor do Ministério Público de Minas Gerais é que os acordos coletivos sejam esvaziados com essa negociação e que as pessoas se sintam pressionadas a aceitar uma proposta inferior até mesmo do que ficou acordado no desastre de Mariana, em 2015.

O promotor André Sperling atacou a proposta e disse que ela foi feita a “portas fechadas”, sem ouvir os próprio atingidos.

A reportagem entrou em contato com a Vale, mas não obteve resposta sobre o assunto. Anteriormente, a mineradora havia afirmado que os acordos são uma forma de dar “solução célere e justa para danos individuais.”