Vereadores de Araucária aprovam prioridade de vacinação a líderes religiosos
Um projeto de lei aprovado pelos vereadores de Araucária na terça-feira (27) trouxe polêmica à cidade. Eles aprovaram que líderes religiosos da cidade, de qualquer religião, sejam considerados grupos de risco e, desta forma, já sejam colocados como prioritários nas campanhas de vacinação, não só da covid-19, mas de qualquer tipo de vacina.
O autor do projeto é o pastor Eduardo Castilhos (PL). O resumo do projeto diz: “Dispõe sobre a inclusão dos Representantes Religiosos ao grupo de risco para receberem as vacinas nas campanhas de vacinação do Município de Araucária, conforme especifica.”
O pastor explicou que a medida visa proteger não só os líderes religiosos, mas qualquer pessoa que busque orientação de um líder religioso, independente de sua religião. E também toda a comunidade, já que as igrejas estão funcionando como serviços essenciais e continuam a ter missas e cultos.
“A ideia é evitar que se tornem vetor de transmissão. Porque quando a pessoa tem alguma enfermidade, busca duas pessoas: o médico e o líder religioso. Às vezes procura antes o pastor do que o médico. Então o pastor é exposto sim, não só ao vírus da Covid, mas a diversas outras doenças. Por isto o projeto fala de todas as campanhas de vacinação, não só covid”, diz o pastor.
O pastor Castilhos foi questionado por muitas pessoas de legislar em causa própria, já que ele é pastor evangélico. Ele alega que, em Araucária, há uma lei que entende que as igrejas e demais templos são consideradas atividades essenciais. Desta forma, os padres, pastores e líderes de cada religião continuam a realizar cultos e a atender a comunidade. Por isto, alega o vereador, é importante proteger eles e a comunidade.
“Não cabe nessa questão (de legislar em causa própria) porque transcende a minha pessoa. Não posso me eximir de fazer algo que vai beneficiar milhares de pessoas no municípios, só porque pastor é um dos beneficiados. A lei é para todas as religiões”, diz Castilhos, que não sabe exatamente quantos líderes a lei pode beneficiar. “Mas suponho que não chega a mil. Podem ser umas 500 pessoas talvez”, disse ele.
Castilhos ainda ouviu críticas de que o projeto é inconstitucional. No entanto, ele afirma que conversou com o procurador da cidade. “Ele também entendeu que não há inconstitucionalidade e vai aconselhar o prefeito a sancionar o projeto“, afirmou o vereador.
Já a prefeitura disse que não vai se pronunciar antes do parecer jurídico oficial. O prefeito Hissam Hussein Dehaini tem até 15 dias para sancionar ou vetar o projeto de lei.