Democratas na Câmara dos Deputados dos EUA abriram nesta sexta-feira, 6, uma investigação sobre a decisão do vice-presidente americano, Mike Pence, de se hospedar por duas noites no hotel de Donald Trump em Doonbeg, na Irlanda. Os democratas acusaram o vice de gastar o dinheiro dos contribuintes para favorecer um negócio de Trump.

Nesta sexta-feira, os deputados democratas solicitaram documentos da Casa Branca, do escritório do vice-presidente, do Serviço Secreto e das Organizações Trump. Eles querem saber como foi tomada a decisão e quanto custou a estadia de Pence.

Ao ser questionado sobre a razão da escolha do local, Marc Short, chefe de gabinete de Pence, explicou que a decisão foi tomada após uma “sugestão”, não uma “ordem”, de Trump.

Todas as viagens oficiais do presidente e do vice são bancadas pelo Estado. No entanto, Short garantiu que Pence pagaria pessoalmente os gastos de sua mãe e sua irmã, que viajaram com ele. O chefe de gabinete também afirmou que a família do vice era de Doonbeg, assegurando que a escolha, por isso, foi prática e sentimental.

A explicação não convenceu os democratas. “Transferir o dinheiro do contribuinte para o presidente é corrupção”, disse o deputado democrata Ted Lieu. A senadora Elizabeth Warren, pré-candidata do Partido Democrata à presidência, acusou Trump de usar o cargo para enriquecer.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, chamou hoje as propriedades do presidente de “um poço de corrupção” e acusou Trump de priorizar o lucro pessoal em vez do interesse dos EUA. “Pence é só o último dos republicanos a permitir que Trump viole a Constituição”, disse.

Os problemas de Pence na Irlanda não ficaram restritos ao hotel de Trump. Os jornais irlandeses relataram um tenso encontro entre ele e o premiê irlandês, Leo Varadkar, em Dublin. Varadkar, homossexual assumido, teria se irritado com comentários pró- Brexit de Pence, conhecido por apoiar leis anti-LGBT no Estado de Indiana, onde foi governador.