Política monetária mais dura não impediria alta do dólar frente ao real, diz Morgan Stanley

Publicado em 22 out 2021, às 15h13. Atualizado às 15h15.

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – Um Banco Central mais duro na política monetária não seria suficiente para reverter a direção de alta do dólar contra o real neste momento, avaliou o Morgan Stanley em nota na qual recomendou posicionamento no mercado de opções tendo como barreira dólar de 5,90 reais.

Para o banco norte-americano, uma guinada “hawkish” (para uma política monetária mais restritiva) é uma condição necessária para ajudar a conter parte da volatilidade no câmbio, particularmente porque os preços dos ativos sugerem que o mercado atualmente vê o Bacen como a principal âncora para a estabilidade financeira.

“No entanto, embora uma aceleração no ritmo de aumentos dos juros limitasse parte da potencial performance mais fraca do câmbio, não vemos isso como suficiente para reverter a trajetória de alta do dólar ante o real”, disseram profissionais do banco em relatório.

O BC decide o rumo da Selic na próxima semana.

“Notamos que as manchetes recentes apontam mais ruído fiscal à frente, como detalhes em torno da implementação do programa Auxílio Brasil a serem acertados entre governo e Congresso.”

Assim, o Morgan recomenda posição em “knock-out calls” em opções de dólar/real para três meses ATMF (no dinheiro, ou seja, com preço do ativo objeto igual ou muito próximo ao do exercício). “Knock-out calls” envolvem uma estratégia de opção com barreiras –no caso, de 5,90 reais por dólar. Na prática, a recomendação indica percepção de que o dólar pode se aproximar desse patamar.

“É uma aposta com custo atraente numa trajetória de baixa do real nas próximas semanas”, disseram os profissionais do Morgan. O dólar foi acima de 5,75 reais nesta sexta, nos picos desde abril.

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