Vale, BHP e Rio Tinto lançam desafio global para eletrificar caminhões de minas
RIO DE JANEIRO (Reuters) – Vale, BHP e Rio Tinto, três das maiores mineradoras do mundo, lançaram nesta quinta-feira uma chamada global voltada a empreendedores, fornecedoras e start-ups capazes de desenvolver soluções de eletrificação de grandes caminhões, como os usados em minas.
Em nota conjunta, as mineradoras explicaram que o objetivo é gerar soluções que irão permitir a substituição do diesel por baterias e, assim, reduzir significativamente as emissões em operações, além de aumentar a segurança e a produtividade operacional.
A iniciativa ocorre em um momento em os metais básicos vêm ganhando destaque, como uma importante matéria-prima para a produção de baterias. Ao mesmo tempo em que as grandes mineradoras vêm se desafiando para reduzir emissões e recuperar a sua imagem.
O desafio, disse a Vale, está sendo conduzido pela Austmine, associação de equipamentos, tecnologia e serviços de mineração da Austrália (METS, na sigla em inglês). As três mineradores anunciaram, recentemente, que pretendem se tornar carbono neutro em 2050.
Atualmente, a tecnologia disponível no mercado não atende às necessidades da mineração, uma vez que os sistemas de carregamento estacionários requerem um tempo considerável para carregar caminhões grandes, o que resultaria em perda de produtividade significativa.
“A indústria de mineração precisa de conceitos de carregamento rápido em escala de vários megawatts, capazes de fornecer cerca de 400 kWh para carregar e impulsionar um caminhão dentro do ciclo de transporte do caminhão –carga, deslocamento, despejo, retorno e fila”, disseram as mineradoras.
As inscrições para a iniciativa, chamada “Desafio de Inovação Charge On”, estarão abertas a partir do dia 18. Os candidatos poderão apresentar seus projetos durante este ano.
Na linha de reduzir emissões, a Vale anunciou nesta quinta-feira que receberá nos próximos dias o primeiro navio mineraleiro do mundo equipado com velas rotativas, que visam aumentar a eficiência e reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
(Por Marta Nogueira; edição de Roberto Samora)
