Acusados de matar mulher por suspeita de furto vão a júri popular 12 anos após o crime

Publicado em 6 fev 2024, às 09h15. Atualizado em: 7 fev 2024 às 16h27.

Doze anos após o crime, os dois acusados pelo assassinato de Inês Aparecida da Silva Rodrigues, de 39 anos, irão a júri popular em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na quarta-feira (8).

Na época, o caso gerou grande repercussão porque os réus são *suspeitos de invadir a casa da vítima e fazer justiça com as próprias mãos”.

Cleomar Pipper, de 30 anos, e Emerson Dias, de 50, respondem por homicídio qualificado por motivo fútil pela morte de Inês e tentativa de homicídio contra o marido dela, Manoel da Silva.

O primeiro era *dono de uma padaria que foi furtada * e o segundo funcionário do estabelecimento. Ambos negam os crimes. 

O advogado criminal Heitor Bender, que defende os réus, alega que a acusação é baseada exclusivamente no depoimento de Manoel, o qual prestou versões contraditórias e incoerentes com as demais provas do processo.

“Além disso, os investigadores desprezaram outras linhas de investigação importantes, visto que havia indícios que o autor do homicídio poderia ser o próprio Manoel, bem como outras notícias que davam conta que o crime estava relacionado com tráfico de drogas”, destaca Bender. 

A acusação 

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), o homicídio ocorreu, em 2012, dias após o estabelecimento ter sido furtado. Moradores do bairro comentaram que o casal foi quem invadiu o comércio e os acusados teriam cometido o crime para se vingar. 

Naquele ano, Inês e o marido trabalhavam como guardadores de carros e tinham a fama de realizar roubos e furtos pela região. Também conforme o processo, os dois eram usuários de drogas.

Inês foi morta com vários disparos de arma de fogo dentro da residência em que vivia com o companheiro. Segundo Manoel, dois homens chegaram no local afirmando que eram da polícia e, na sequência, cometeram o homicídio, enquanto ele fugiu pela janela deixando a esposa sozinha na casa. 

“A versão dele é extremamente contraditória. Ora ele fala que ele abriu a porta e aconteceram os disparos, ora ele fala que os disparos foram através da porta, ora que a porta foi arrombada, ora foi a própria esposa quem abriu a porta, ora que sequer estava na residência”, aponta Bender. 

Ainda, segundo o advogado criminalista, após Inês ser assassinada, Manoel saiu e quando retornou  para o imóvel forneceu um nome falso à polícia para não ser preso, já que era foragido da Justiça. “Ele também não foi até a delegacia prestar depoimento e sumiu por cerca de três ou quatro meses, até ser preso pela Guarda Municipal de Pinhais”, explica o defensor. 

Por fim, Bender destaca que Manoel só passou a apontar a dupla como autora do assassinato, após ele próprio ser preso pela polícia. “Ele nunca falou que foi o Elmo ou o Cleomar. Só que ele acabou preso e passou a acusar os meus clientes para garantir sua impunidade, pois ele mesmo era suspeito do crime”, diz. 

Ao mesmo tempo, Cleomar alega que o furto a panificadora ocorreu durante a noite e não havia como saber quem invadiu seu comércio, ou seja, ele não tinha motivos para a retaliação. 

Serviço júri popular em SJP

  • Dia: 08/03/2024
  • Hora: 08:30
  • Local: Fórum de Pinhais R. Vinte e Dois de Abril, 199

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