Edison Brittes disse que tentaria arrumar uma história, afirma promotor

O promotor do caso do jogador Daniel Corrêa no Ministério Público do Paraná (MPPR), João Milton Salles afirmou que o réu, Edison Brittes teria tentado “arrumar uma história” para esconder o crime. A fala foi dita durante o debate no Tribunal do Júri de São José dos Pinhais nesta terça-feira (19), onde acontece o segundo dia de julgamento.

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Segundo Milton Salles, os depoimentos e as versões foram combinadas entre os réus. “O Edson disse, ‘fiquem tranquilos que eu vou arrumar uma história’. E estão tentando arrumar isso aí até hoje”, disse o promotor. 

“Vocês vão ficar chocados. Eles ligaram para a mãe dele, prestaram solidariedade, lamentaram […] essas mesmas pessoas que estão chorando aqui. Olha o grau de arquitetura do negócio. E aí, eu vou falar só três coisas que nós nos impressionamos. Eu tenho uma decisão judicial, em que eles pediram para os filhos adolescentes virem. O juíz falou ‘não. Não é o tipo de discussão para criança ou adolescente’. Eles trouxeram escondido!”, argumentou João Milton Salles.

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Edison Brittes: A versão 

Conforme o discurso do promotor Milton Salles, a suposta história que seria utilizada para encobrir o crime é que Daniel apenas saiu da casa e foi encontrado morto. 

“Eles iam dizer que o Daniel foi desovado lá, E essa seria a versão. E ia colar essa versão perfeitamente. Ia ficar mais um crime desaparecido e a gente não ia escutar e ver uma lágrima dessas pessoas”. 

Em outro momento, o promotor questionou o motivo de Daniel comparecer à festa de aniversário de Allana pela segunda vez. Para Milton Salles, se o jogador tivesse tido um comportamento ruim, não seria convidado para o 2º aniversário. 

“Rapaz que saiu lá de São Paulo […] e chegou nesse aniversário. Um rapaz que é um atleta que se viu em um ambiente que tinham ladrões, traficantes”, disse o promotor.

“Desde o início há uma tentativa de construir uma história. Como eles viram que a versão original não tinha o menor sentido, mudaram a versão aqui. Chegaram ao ponto de falar mal do advogado. Agiram como se fosse normal mentir. Quem disse que ele não tá mentindo agora aqui, então?”.

Exame de sangue em Daniel

O promotor do Ministério Público do Paraná ainda afirmou que Daniel Corrêa estava bêbado no momento em que deitou na cama com Cristiana. 

Segundo Milton Salles, um exame feito no corpo de Daniel revelou que ele estava com 14 decigramas de álcool por litro de sangue. Além disso, ressaltou que Daniel ainda teria se sentido à vontade na residência devido ao comportamento dos Brittes de ir para uma balada.

“Ele estava com o dobro de álcool e foi parar nessa casa […] o grau de permissividade que tinha ali, em razão de fazer o outro rapaz que estava completamente bêbado se sentir à vontade”.

Depoimentos no júri do caso Daniel

Sete réus envolvidos na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas prestaram depoimento no Tribunal do Júri de São José dos Pinhais. Na noite de segunda (18), Cristiana Brittes e Edison Brittes foram os primeiros a sentar de frente para o juiz Thiago Flores Carvalho.

Já nesta terça (19), os outros cinco réus falaram: David Willian Vollero, Igor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Allana Brittes e Evellyn Brisola Perusso.

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