Manifestações de Israel sobre Lula são inaceitáveis e mentirosas, diz ministro

Publicado em 20 fev 2024, às 21h02. Atualizado às 21h17.
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou como “inaceitáveis na forma e mentirosas no conteúdo” as manifestações do governo israelense sobre declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da atuação israelense na Faixa de Gaza. Ainda disse serem uma “cortina de fumaça” para mascarar o isolamento crescente de Israel.

“Uma chancelaria dirigir-se dessa forma a um chefe de Estado, de um país amigo, é algo insólito e revoltante. Uma chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave. É uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com recurso a linguagem chula e irresponsável”, afirmou Vieira em entrevista à Reuters.

O governo brasileiro havia decidido ignorar as críticas contundentes de membros do governo israelense e manter apenas a resposta diplomática ao chamar de volta ao Brasil o embaixador em Israel, Frederico Meyer. Também decidiu ignorar a fala do ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, que, ao lado de Meyer, falando em hebraico, disse que Lula era persona non grata em Israel até que se desculpasse.

Fala do Itamaraty sobre manifestações de Israel

As crescentes acusações de Katz e do governo israelense, no entanto, levaram o Itamaraty, apoiado por Lula, a aumentar o tom.

“O ministro Israel Katz distorce posições do Brasil para tentar tirar proveito em política doméstica. Enquanto atacou o nosso país em público, no mesmo dia, na conversa privada com nosso embaixador em Tel Aviv, afirmou ter grande respeito pelos brasileiros. Ainda definiu o Brasil como a mais importante nação da América do Sul. Esse respeito não foi demonstrado nas suas manifestações públicas, pelo contrário”, afirmou Vieira na entrevista desta terça-feira (20).

O chanceler brasileiro disse que Israel tenta semear divisões e “lançar uma cortina de fumaça”. Tudo para encobrir os ataques a Gaza, onde mais de 30 mil pessoas já morreram, a maioria formada por civis.

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