Renato Freitas no Conselho de Ética: 'Não invadi igreja e protesto foi pacífico'

por Giselle Ulbrich
com informações de Beatriz Frehner, da RICtv
Publicado em 11 abr 2022, às 21h41. Atualizado em: 12 abr 2022 às 10h10.

O vereador de Curitiba, Renato Freitas (PT), foi ouvido pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (11). Foram quase duas horas de depoimento, quando o parlamentar foi questionado pelos integrantes do conselho.

Freitas responde a processo por causa da entrada em uma igreja do Largo da Ordem, em Curitiba, ocorrida no dia 5 de fevereiro. Na ocasião, ele participava de um ato contra o racismo e em memória a Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho, brutalmente assassinados em dias anteriores ao protesto.

As respostas de Freitas ficaram em consonância com a defesa que seu advogado protocolou no dia 17 de março. Ele reforçou, primeiro, que não invadiu igreja, visto que ela estava com a porta aberta, e que também não interrompeu culto algum, visto que a missa já tinha acabado. Ainda disse que o termo “invasão” traz uma configuração de “violência” ao ato, o que não aconteceu, visto que o protesto contra o racismo foi pacífico do começo ao fim.

Freitas ainda afirmou que não foi organizador de manifestação alguma. Que ele foi organizado por outras frentes sociais e que ele apenas participou como cidadão, já que uma de suas principais bandeiras é o enfrentamento ao racismo.

Gravações

Imagens gravadas por celular e também por câmeras de segurança foram exibidas durante o depoimento. Um grupo, de aproximadamente 250 pessoas se manifestava contra o raciscmo, momento em que a missa era realizada. A celebração foi encerrada antes do previsto, por conta do barulho dos manifestantes. Logo após isso, pessoas que participavam do ato entraram na igreja, entre elas o vereador Renato Freitas.

Por causa da repercussão do ato, quatro representações foram protocoladas na Câmara, dando início ao processo de quebra de decoro parlamentar. O depoimento de Freitas foi a última etapa das oitivas. Agora, abre-se um prazo de 10 dias úteis para que acusação e defesa entrem com as alegações finais no processo. Feito isso, o relator e o vice-relator do processo tem mais 10 dias úteis para apresentarem seus votos.

Caso os votos dos relatores sejam pela cassação ou suspensão do mandato do vereador, a matéria é previamente julgada pelo Conselho de Ética e, em seguida, ela vai a plenário, para julgamento de todos os vereadores da Câmara. Mas caso os relatores entendam que a penalidade deve ser mais branda (ou que ela inexista), a penalização é definida pelo próprio Conselho de Ética.

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