Vinho laranja é a bola da vez: descubra os segredos e veja dois rótulos imperdíveis!
Os vinhos laranja vêm arrebatando uma legião de seguidores. Muito respeitado nas Américas, na Europa ele já conquistou espaço nas cartas de renomados restaurantes, com direito a uma categoria apenas para seus exemplares. Elaborados para um grupo de “connoisseurs”, não possuem nenhuma pretensão de satisfazer a um paladar comum.
Não é uma novidade para os especialistas e alguns dizem ser mais uma moda no universo do vinho para um público ávido por novidades e cansado das mesmices dos tradicionais. Outros dizem ser um estilo de vinificação único, que não precisa provar nada para ninguém, em que a graça está justamente na liberdade de poder transitar por dois mundos, até então nunca cruzados por profissionais conservadores. Moda ou nova tendência? Só o tempo dirá.
Quando digo que o vinho laranja transita por dois mundos, é justamente para explicar seu método de produção. Seu processo de vinificação é o mesmo usado nos vinhos tintos – em que o mosto das uvas permanece em contato com as cascas durante o processo de maceração e, desse contato, extrai-se cor, aromas, sabores e tanino –, só que, no caso dos laranja, são utilizadas uvas brancas.
Elaborado em um estilo ancestral de produção, em ânforas, sem sulfitos e com leveduras selvagens (leveduras naturalmente presente nas cascas das uvas), o vinho não é exatamente laranja. Pelo menos, não na tonalidade Living Coral, que foi eleita como tendência da Pantone para 2019. Ele tem sua tonalidade variando do dourado até um tom levemente alaranjado, que alguns produtores preferem chamar de âmbar. Aliás, uma das características mais interessantes dos vinhos laranja é a presença do tanino, nada comum em vinhos vinificados com uvas brancas.
De produção orgânica, muitos são elaborados sem conservantes e considerados naturais. Exibem uma riqueza enorme de aromas, com notas minerais, florais, herbáceas e de frutas, que vão das cítricas até as cristalizadas. Untuoso no paladar, com texturas muito diferentes dos brancos tradicionais, possui um amargor peculiar do seu modo de elaboração e que não deve ser tomado como defeito de forma alguma.
Tamanha singularidade permite também harmonizações inusitadas, como pratos mais densos e pesados, à base de carnes. Austeros e difíceis, não são vinhos indicados para um iniciante. Para compreender suas peculiaridades, é preciso muita experiência, um pouco de conhecimento e contemplação.
Vinhos laranja para provar
Cacique Maravilla Naranja 2017
País: Chile/Bío-bío
Uva: Moscato de Alejandría
Importadora: La Charbonnade. R$ 115
Zid arich Vitovska 2012
País: Itália/Carso
Uva: Vitovska
Importadora: Decanter. R$ 306,46
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