“Todos (os Brittes) são desprezíveis pra mim”, diz mãe do jogador Daniel
Eliana Corrêa, mãe do jogador Daniel, sentou frente a frente com o assassino confesso do seu filho, o empresário Edison Brittes, no Tribunal do Júri em São José dos Pinhais. Apesar de toda a dor de perder um filho e de querer Justiça, ela disse que não sente vontade alguma de falar nada para Edison ou qualquer pessoa da família Brittes. “É uma pessoa que pra mim é desprezível. Todos (os Brittes) são desprezíveis pra mim”, disse Eliana.
Em entrevista que concedeu à RICtv no corredor do Tribunal, ela ainda disse que espera que a Justiça seja feita. “A Justiça não vai mudar nada o que aconteceu com ele (Daniel), porque meu filho não vai voltar. O que acontecer com eles (réus) não vai trazer meu filho de volta. Estou aqui pela justiça mesmo. Minha presença aqui é pelo meu filho, porque tiraram a vida dele. Estou aqui pela honra dele”, afirmou Eliana.
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Eliana ainda disse que tem pena dos jovens envolvidos no crime, dizendo que poderiam ter uma vida inteira pela frente, uma vida boa, tranquila, ter filhos, viver em paz, coisa que ela não tem mais.
Violentador de mulheres
Ricardo Vilches, repórter especial da RICtv, ainda fez um questionamento à mãe do jogador Daniel, perguntando o que ela acha sobre uma fala da defesa dos réus, que acusa Daniel de “violentador de mulheres”.
“Quem conhece o Daniel sabe que ele não é isso. Então não me incomoda”, disse a mãe, que explica que acompanha Daniel desde pequeno, a vida e a carreira toda dele. Onde ele ia jogar, ela diz que ia sempre com o filho. Quando atuava no Coritiba, o visitava uma vez por mês, levava junto a neta, filha de Daniel, que na época morava em São Paulo. Acompanhou o sucesso no Rio De Janeiro, as lesões que sofreu. “Acompanhei ele o tempo todo. Eu sei quem ele é e não vai mudar”, disse ela.
Veja primeiros passos do júri do Caso Daniel
O júri do Caso Daniel teve início por volta das 8h56 desta segunda-feira (18), no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Quatro dos sete réus envolvidos estiveram presentes na abertura da sessão do juiz Thiago Flores Carvalho: Edison Brittes, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Igor King e Evellyn Brisola Perusso. Os outros três réus não apareceram no tribunal durante a manhã: Cristiana Brittes, Allana Brittes e David Willian Vollero.
Logo no início da sessão, equipes de advogados da defesa dos réus e também da acusação fizeram alguns pedidos à promotoria. Na sequência, por volta das 10h21, foi realizado o sorteio dos jurados.
Foram selecionadas 160 pessoas, sendo que sete foram convocadas pelo Conselho de Sentença. Os responsáveis por definir pela condenação ou absolvição dos sete réu são quatro mulheres e três homens:
- 4 mulheres jovens
- 1 homem idoso
- 1 homem jovem
- 1 homem meia-idade
Defesa dos réus pede mais tempo para os debates no júri do Caso Daniel
Para a realização dos debates, os advogados de defesa dos sete réus terão 2h30, o mesmo tempo que a equipe de acusação. Entretanto, logo no início da sessão, os representantes dos réus solicitaram mais tempo, no mínimo uma hora, pois cada um ficaria com pouco mais de 20 minutos.
Em análise do pedido, a promotoria não acatou a solicitação, pois ainda existe um tempo para réplica e tréplica. O juiz afirmou que o tempo em excesso levaria à exaustão, o que dificultaria a absorção do conteúdo pelos jurados. Justificou ainda que a acusação terá 2h30 para comentar sobre os sete réus.
Pedidos específicos dos advogados de Evellyn e Eduardo
Os advogados de Evellyn Brisola e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva fizeram pedidos específicos no início da sessão. Os representantes solicitaram que a promotoria não fizesse menção ao histórico criminal dos réus. Ambos foram presos durante o julgamento do caso Daniel por outros crimes.
Entretanto, a promotoria alegou que os históricos criminais são necessários para mostrar “o ambiente em que a vítima foi inserida” e pediu que fossem mantidos.
A defesa de Evellyn ainda pediu para que a ré permanecesse com o celular durante o júri, pois está com um filho de seis meses em casa, e outro de oito anos.
Por volta das 11h, teve início o depoimento de quatro testemunhas, mantidas em sigilo. A imprensa foi convidada a se retirar do tribunal para as oitivas.
Acompanhe o julgamento do Caso Daniel em tempo real.
Oitivas públicas
Depois de encerradas as oitivas sigilosas, mais testemunhas foram ouvidas. Entre elas Antônio Ribeiro de Araújo. Ele falo usobre Edison Brittes, contanto que o apelido de “Juninho Riqueza” veio porque o Edson ajudava muito as pessoas. Afirmou ainda que desconhece qualquer ligação da família Brittes com a criminalidade. “Pra nós da comunidade foi um choque quando saiu a notícia. Nunca tive ele como uma pessoa do mal”.
Depois de Antônio foi a vez de Polini Mattos Dornellas, amiga de Allana Brittes. Ela conta que Allana trabalhava com os pais e que Cristiana era uma mãe bem querida. Ela esteve na festa de aniversário na Shed, mas não no “after”, na casa dos Brittes. Ela afirma que nem viu Daniel na festa e negou que Cristiana estivesse se envolvendo com outros homens.
Depois dela,Thays Maria Farias prestou depoimento por videoconferência. Thays é muito amiga de Allana, cresceram juntas, mas hoje vive em Foz do Iguaçu. Porém se esforça para ir aos aniversários da amiga todos os anos. Disse que passou muitas férias na casa de Allana. Que o Edson sempre foi receptivo, fazia as comidas que ela gostava de comer. Cristiana sempre foi muito querida. E que conheceu Daniel pela primeira vez no aniversário de 18 anos de Allana e que não teve boa impressão dele, pois mesmo ela estando com namorado, Daniel teria tentado flertar com ela. Disse que Allana não queria um after. Mas como todos insistiram, acabaram indo para a casadela.
Thays foi a primeira pessoa que viu Daniel no quarto de Cristiana. Ela foi ao quarto do casal usar o banheiro, porque o outro estava ocupado, quando Daniel entrou. Cristiana dormia. Ela insistiu que Daniel usasse logo o banheiro depois dela e que saísse, pois tanto ela quanto Cristiana eram comprometidas. Thays saiu e foi para o quarto dormir. Acordou minutos depois com Cristana gritando socorro.
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