Tudo o que se sabe sobre a morte do jogador Daniel e o julgamento dos sete réus
Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto na manhã do dia 27 de outubro de 2018, em um matagal na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O corpo do jogador de futebol foi localizado por uma pessoa que passava pela região. Daniel estava com o pescoço cortado e com o pênis decepado. O órgão genital foi encontrado pendurado nos galhos de uma árvore.
Daniel morava em São Paulo e jogava pelo time Esporte Clube São Bento (SP) em 2018. O jogador viajou para Curitiba, onde já tinha morado durante passagem pelo Coritiba Foot Ball Club, em outubro. No dia 26, foi até uma balada sertaneja para comemorar o aniversário de 18 anos da então amiga Allana Emily Brittes. Em 2017, Daniel já tinha comparecido ao aniversário de 17 anos de Allana.
Festa de Allana Brittes
Edison Brittes Júnior e Cristiana Brittes, pais de Allana, também estavam na balada. Já na madrugada do dia 27 de outubro, a família e amigos de Allana decidiram estender a comemoração e alguns convidados foram até a casa da jovem, incluindo Daniel.
Na residência, em São José dos Pinhais, Daniel enviou um áudio em um grupo de amigos falando que estava no local e que havia várias mulheres. Depois, o jogador Daniel mandou uma foto ao lado de Cristiana, com a mulher desacordada, na cama do quarto da mulher.
Este foi o último contato de Daniel com os amigos. Com o desaparecimento do jovem, familiares ficaram desesperados e chegaram a contatar Allana, que afirmou que não sabia de nada.
Agressões e assassinato
Segundo o depoimento de Edison Brittes, ele ouviu a esposa gritando no quarto e, ao chegar, percebeu que a porta estava trancada. O suspeito relatou que arrombou a porta, encontrou Daniel em cima de Cristiana e começou as agressões.
Daniel foi espancado na casa, colocado no porta-malas do carro de Edison e levado até um matagal. Além de Edison, três amigos de Allana, David William Vollero Silva, atual marido da jovem, Eduardo Henrique Ribeira da Silva e Ygor King também entraram no carro.
Allana, Cristiana, e uma amiga de Allana, Evellyn Brisola Perusso, ficaram em casa. A residência foi limpa e Evellyn contou em depoimento que só foi liberada após fazer almoço para a família.
Em um matagal na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, o jogador Daniel teve o pescoço cortado e o pênis decepado. Em novembro, Edison Brittes confessou o assassinato e foi preso. Ele permanece detido desde então, há cinco anos.
Réus julgados no Tribunal do Júri
Durante as investigações, sete pessoas foram indiciadas suspeitas de envolvimento no crime: Edison Brittes é réu por homicídio triplamente qualificado, fraude processual, corrupção de menor, coação no curso do processo e ocultação de cadáver. A esposa de Edison, Cristiana Rodrigues Brittes e a filha Allana Emilly Brittes, de 23 anos, além de David William Vollero Silva, atual marido de Allana, Eduardo Henrique Ribeira da Silva, Evellyn Brisola Perusso e Ygor King também são réus no processo.
Além de Edison, apenas Eduardo está preso. Ele chegou a ser solto, mas foi detido novamente há 3 anos, por tráfico de drogas, em Foz do Iguaçu.
Os sete réus serão julgados em júri popular, no Tribunal do Júri de São José dos Pinhais, a partir desta segunda-feira (18).
Veja os crimes que cada réu do caso Daniel responde
- ALLANA EMILLY BRITTES: fraude processual; corrupção de menor; coação no curso do processo.
- CRISTIANA RODRIGUES BRITTES: fraude processual; corrupção de menor; coação no curso do processo.
- DAVID WILLIAN VOLLERO SILVA: homicídio qualificado (pela torpeza do motivo, pelo emprego de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual.
- EDISON LUIZ BRITTES JUNIOR: homicídio qualificado (pela torpeza do motivo, pelo emprego de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima); fraude processual; corrupção de menor; coação no curso do processo; ocultação de cadáver.
- EDUARDO HENRIQUE RIBEIRO DA SILVA: homicídio qualificado (pela torpeza do motivo, pelo emprego de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual; corrupção de menor.
- EVELLYN BRISOLA PERUSSO: fraude processual.
- YGOR KING: homicídio qualificado (pela torpeza do motivo, pelo emprego de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver; fraude processual.
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