Réus do Caso Daniel escondem os rostos na chegada para o 3º dia de júri

Publicado em 20 mar 2024, às 09h03. Atualizado às 11h47.
POST 1 DE 18

O terceiro dia de júri popular do Caso Daniel começou às 9h desta quarta-feira (20), no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Após mais de 25 horas de julgamento nos dois primeiros dias, 13 testemunhas ouvidas, depoimentos de sete réus, a expectativa é que a finalização dos debates e a votação dos jurados aconteça nesta quarta.

Assim como nos primeiros dias de júri, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva e Edison Brittes chegaram ao Fórum em viaturas, escoltados por policiais penais. O primeiro réu a chegar nesta quarta (20) foi Eduardo Silva, que chegou às 7h57. Cerca de 10 minutos depois, chegou o carro da polícia com Edison Brittes. Ambos os réus esconderam os rostos na entrada do estabelecimento.

Eduardo Silva chegou antes das 8h para o terceiro dia de júri (Vídeo: Thiago Marques/ RICtv)

Edison Brittes, que confessou novamente o assassinato no tribunal, desceu da viatura próximo a porta que dá acesso ao plenário. Algemado e com uniforme de presidiário, o réu tentou esconder o rosto e correu no percurso entre o camburão e a porta do Fórum, assista:

Edison Brittes correu para entrar no Fórum e não ser flagrado pela imprensa (Vídeo: Thiago Marques/ RICtv)

Sequência dos debates

Para esta quarta-feira (20) a sessão será retomada com a réplica dos debates. No final do segundo dia de júri, os advogados de acusação e defesa realizaram 5 horas de debates. Como o horário já avançava a noite, os jurados decidiram por suspender a sessão e retomar na manhã desta quarta.

O juiz definiu 1 hora para réplica e 1 hora para tréplica. Depois disso, os jurados têm 1 hora e 30 minutos para se reunirem e debaterem os quesitos. Os votos serão encaminhados para o juiz Thiago Flores Carvalho, que anunciará a sentença no Tribunal do Júri.

Júri do Caso Daniel é realizado em São José dos Pinhais
Júri do Caso Daniel é realizado em São José dos Pinhais (Foto: Daniela Borsuk/ RICtv)

Depoimentos dos réus são marcados por comoção e contradições

Os sete réus do Caso Daniel já prestaram depoimento no Tribunal do Júri. Cristiana Brittes e Edison Brittes foram os primeiros a sentar de frente com o juiz e revelaram detalhes do dia 27 de outubro de 2018, quando o jogador Daniel Corrêa Freitas foi assassinado e encontrado em uma área de matagal, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais.

Cristiana contou no depoimento que chegou a clamar pela vida de Daniel, pois não queria que ele fosse morto. Já Edison, declarou que perdeu o controle ao encontrar o jogador com o pênis ereto em cima de Cristiana, na cama do casal. O réu que está preso, também contou que Cristiana tentou agredir o atleta com um chute, contradizendo Cristiana, que disse que não agrediu em nenhum momento o jogador.

Cristiana e Edison Brittes são réus no Caso Daniel
Cristiana e Edison Brittes são réus no Caso Daniel (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Na manhã do segundo dia de júri, os primeiros depoimentos foram dos rapazes que acompanharam Edison Brittes no veículo, no momento em que o corpo de Daniel foi abandonado em uma estrada rural. David Willian Vollero, Igor King e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, contaram detalhes sobre o que presenciaram no dia da morte de Daniel.

Os réus confirmaram que Daniel foi agredido no quarto do casal e na sequência colocado no porta-malas do carro. Todos informaram que Edison mexia no celular enquanto dirigia. Igor King disse que a ideia inicial era abandonar o jogador em uma rodovia e fazer ele passar vergonha sem roupa. Porém, Edison seguiu para uma estrada rural.

No local onde o corpo de Daniel foi encontrado os rapazes apresentam versões distintas. Eduardo Silva é o único a revelar que ouviu gritos do jogador momentos antes do assassinato. 

“Quando cessou os gritos do Daniel, que eu acho que é a parte que ele tava sendo degolado, foi que eu vi o Brittes com muito sangue. Quando eu olhei para o lado ele já tava voltando e voltamos para casa […] Na minha mente não tinha o que fazer. O Daniel parou de gritar e ele tava com a faca na mão. Não tinha mais o que fazer”, concluiu Eduardo.

Corpo de Daniel foi encontrado em área de mata, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais
Corpo de Daniel foi encontrado em área de mata, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais (Foto: Divulgação)

Os depoimentos de Allana Brittes e Evellyn Perusso foram as últimas a darem as versões dos fatos. Ambas ficaram bastante emocionadas e tiveram que tomar água enquanto contavam o que aconteceu.

Allana confirmou que viu o pai segurando o pescoço de Daniel na casa e que a mãe Cristiana clamava para não matarem o jogador. Já o depoimento de Evellyn foi marcado por revelações em relação ao momento após o crime. A jovem contou que os envolvidos se reuniram na casa e Edison confessou que matou Daniel.

Acompanhe o julgamento do Caso Daniel em tempo real.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui